sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago

José Saramago morreu, será que a Espanha também vai fazer os dois dias de luto? Pelo o que eu ouvi dizer Portugal só era o país em que ele, por acaso, nasceu...

6 comentários:

Anónimo disse...

Caríssima, parabéns. Conseguiu entristecer-me. Não me parece justa a sua observação. Em primeiro lugar porque me parece completamente inoportuna. Em segundo lugar porque carece de fundamento. O próprio Saramago disse, há 2 ou 3 anos, numa entrevista dada ao Mário Crespo, que o seu desgosto não é para com Portugal mas para com quem governa Portugal.
Não simpatizo com a obra de Saramago. Mas ver este tipo de observações sobre a sua vida, no dia da sua morte, parece-me de muito mau gosto. Triste, mesmo.
Enfim, a necessidade de escrever alguma coisinha, a facilidade com que se publica a primeira coisa que nos vem à cabeça, a ausência do rosto humano no momento da discussão, fomentam o impudor (e a falta de honestidade e rigor intelectual) na blogosfera. Estamos todos no bom caminho, sim senhora.

Maria José Martins

Dita disse...

Obrigada pela sua visita, e por expressar-se livremente a sua opinião neste espaço "de a ausência do rosto humano no momento da discussão, [e que]fomentam o impudor (e a falta de honestidade e rigor intelectual) [a] blogosfera" (não sei se contra sim fala, visto que cá veio deixar o comentário.)Este pequeno post foi somente uma referência aquilo que Saramago sempre defendeu em vida.Disse o escritor ao jornal Diário de Notícias, que os portugueses só tinham a ganhar se Portugal fosse integrado na Espanha, e outras coisas mais (mas não quero parecer politicamente incorrecta com a verdade) E eu fiz uma piada com esta noção de Estado Nação (mas que não servia para o País Basco).Quando uma pessoa morre ela não o deixa de ter sido aquilo que o foi em vida, sinto muito.
Peço desculpa se ofendi aquele que muitos consideram o génio literário, mas ao menos não fiz uma piada com a falta de liberdade que José Saramago defendeu e aplicou enquanto director de um jornal, ele adorava o lápis azul. Mas mesmo assim, não falemos disto, respeito a sua morte (espero que não respeitem, desta forma, a morte de Hitler, é que este senhor foi mesmo muito mau)

Anónimo disse...

O meu comentário visa rebater aquilo que disse, na minha opinião, sem fundamento. As afirmações que o escritor fez sobre o país onde nasceu (e cresceu) mostram a sua mágoa. E como bem sabe, só sentimos mágoa em relação a coisas, pessoas, acontecimentos, que nos dizem algo, que nos marcam e de que gostamos.
O meu comentário pretendia, além disso, mostrar que o seu post revela falta de honestidade intelectual. Lamento. Eu sei que dá muito trabalho pesquisar fontes. Mas sabe, é uma boa forma de contornar o perspectivismo. E já agora, acabo de notar que esgrime com destreza a falácia. Numa discussão séria não procuramos justificar ou branquear os nossos erros apontando os dos outros. O facto de Saramago ter usado o lápis azul, ter adorado o comunismo, ter escrito barbaridades acerca da Bíblia, não isenta a Margadida de ser justa para com o senhor, não é? Não devemos ser justos até para com aqueles que consideramos injustos? Não tente distrair a atenção dos seus leitores. Não obscureça os seus erros apontando o foco aos erros dos outros...É que depois arrisca-se a que a acusem de falta de pudor e de honestidade intelectual.

M.J.Marques

Dita disse...

Em relação à falácia tento ser um pouco poperiana (conjunturas e refutações).
O facto de Saramago ter sido o que foi (como homem e escritor) é o que fez eu ter comentado, a sua morte não criou barreira intocável sobre as suas más atitudes passível de refutação. Confesso que a minha falta de tempo de escrever no blog (que de longe é uma prioridade na minha vida) cria por vezes superficialidade nas minhas "piadas" com ou sem graça, mea culpa.
A questão da justiça é de facto uma luta pessoal e até ascética de, não no sentido ser justo perante a injustiça, mas perdoar a injustiça. Não querendo sofrer de rancor, aquele que igualmente imperava no coração Saramago.
Em relação ao prespecivismo, ai fico mesmo triste com esta acusação, pois faço juntamente com o relativismo uma luta pessoal (e dentro dos limites intelectual) a essas perspectivas de vida.
Mais uma vez agradeço o comentário, mas agora de volta para o meu livro e para a minha musica antes de adormecer.
Boa Noite
M.

Afonso Leão disse...

por acaso vai mesmo faze-los. e muito bem. já os laras do seu partido, Margarida, na prepotência do poderzinho, não se esquivam a vir reforçar antigas barbaridades mesmo durante esses mesmo luto .

Pedro Alves disse...

Margarida,

Este post é lamentável, Saramago foi uma mente brilhante, o maior escritor português.

Eu sei bem o que a incomoda em Saramago, ele sempre pensou pela sua própria cabeça, nomeadamente contra a igreja católica e as desonestidades da mesma instituição, o que incomoda qualquer bom católico, incomodam-lhes a liberdade de expressão e pensamento.

Afonso,

Não junte tudo no mesmo saco, eu sou do PSD desde os 16 anos, sou ateu e muito liberal nos costumes. Os Laras, os Marcelos e as Margaridas do partido, do alto do seu pseudo-status, é que acham que podem transformar o PSD no CDS, nada mais longe da bases, o PSD é um partido liberal. Se o PSD fosse um partido conservador tinha aproximadamente a mesma votação do CDS, e não são com esses votos que se ganham eleições, pelo menos com maioria.