Sinto vergonha sempre que vou no metro, no autocarro ou na cidade de Lisboa e vejo a publicidade da revista Happy, não porque algum daqueles assuntos me envergonham, mas porque é uma revista comprada pela minha geração e pelos vistos muito vendida, vazia, ordinária, materialista.
Vejam os títulos: Dispa-se, Sexo, fetiche, bruxaria, compras, acupunctura, quando não é formas de traição ou outro tipo de prazeres ocultos.
Esta é a geração racional, esta é a minha geração? Como se pode vender tanto o instrumentalismo da pessoa humana, abuso da falta de inteligência, superstições... tudo numa só folha!
1 comentário:
Margarida,
Acho que é a primeira vez que leio algo escrito contra esta maldita revista. E ainda por cima, escrito por uma mulher, o que confere ainda mais credibilidade à crítica.
Um bem-haja! Valiosa crítica!
A revista "Happy" traça um retrato deprimente da suposta "mulher moderna" (algo que eu espero, e acredito, que não exista):
- Supersticiosa, consumidora ávida de intrujices "new age", alguém que só toma decisões na vida depois de consultar a bruxa ou o horóscopo
- Intensamente trivial, apenas interessada em férias, comida (seja a ingestão seja a dieta), roupa
- Tarada sexual (e por vezes perversa), sempre pronta a trair o seu namorado ou marido, e ávida de "novas experiências" sexuais
É esta a imagem da mulher "moderna"?
Claro que não. A revista Happy é uma caricatura trágica e triste. O triste, mesmo, é que venda tanto.
Finalmente, não deixa de ser caricato que, se repararmos bem, a Happy ainda não fez uma só capa em que apareça uma mulher com ar feliz. Todas as modelos que a Happy coloca na capa surgem com semblantes enjoados e nauseados. A opção por modelos com o "look heroína", do género "estou morta de tédio!" é uma opção bizarra para uma revista intitulada "Happy".
Um abraço!
Bernardo
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