"O Jardim das Delícias é, de entre os trípticos de Bosh, o maior, o mais complexo e provavelmente o último a ser pintado, podendo ser considerado a sua obra mais importante."
"Estão representados o paraíso terrestre, o paraíso celestial e o inferno tornando-a numa obra complexa, povoada de pequenas figuras e criaturas imaginárias. O painel da esquerda, mostra Deus Pai unindo Adão e Eva no Jardim do Paraíso, o painel central, é uma dissertação sobre a luxúria em suas muitas formas. Para a mente medieval, o acto sexual era uma prova da perda do estado de graça pelo homem. Assim, O jardim das delícias terrenas foi colocado entre o Jardim do Éden, onde o primeiro pecado foi cometido e o inferno. Os frutos representam os prazeres da carne. Na linguagem medieval, colher frutos tinha uma certa conotação sexual. "
"A folha direita representa os tormentos do Inferno. No alto deste painel há uma imagem típica do inferno, com fogueiras ardentes cuspindo enxofre. Abaixo, desde a foice que parece um tanque em formato fálico, feita de duas orelhas e uma lâmina, até os animais estranhos e cruéis da parte inferior, Bosch dá vazão a toda a força de sua imaginação."
"Nesta obra Bosch representou os prazeres carnais, como se fosse um grande parque de diversão futurista. Um maravilhoso cenário para os grandes amantes desfrutarem de grandes momentos agradáveis, ao som do canto dos pássaros e se divertindo na fonte de água cristalina. No fundo encontramos um lago com as Casas dos Prazeres, neste lago os homens banham-se junto com as mulheres."
"Ligada à "Utopia" por um lado, mas representando o lugar da vida humana por outro, Bosch revela uma actualidade do seu tempo, dado que essa vida está entre o paraíso e o inferno como se conta no Géneses. No jardim, painel central, representações da Luxúria, mensagem de fragilidade nas envolvências do vidro e das flores, reflectem um carácter efémero da vida, passagem etérea do gozo, do prazer.
"A tendência para interpretar o mundo dos quadros de Bosch segundo os conceitos do surrealismo moderno ou mesmo a psicanálise, deve ser, pelo menos, considerada anacrónica. A psicanálise moderna seria algo de simplesmente incompreensível para o espírito medieval. A sua intenção não era dirigir-se ao consciente do observador mas, antes pelo contrário, transmitir-lhe certas verdades morais e espirituais e é exactamente por esse motivo que os seus quadros sempre tiveram um significado exacto e premeditado. Bosch seria na concepção de muitos estudiosos da arte, um surrealista antecipado."
1 comentário:
comprei um poster desse quadro há m anos. Dp deixei-o atrás...só sei que se podia ficar horas a oservá-lo, pois era tanto o pormenor...e a imaginação de Bosh(ada).
Ai FLA ,FLA, anda coisa ruim contigo...muita mona lisa...
NOSSO SENHOR TECASTIGOU-TE!!!
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