segunda-feira, 30 de junho de 2008

" A Deus o que é de Deus e a César o que é de César"


A dois anos do ínicio das comemorações do centenário da Implantação da República, não nos devemos esquecer ou permitir que nos ocultem acontecimentos como os despoletados pela Lei da separação do Estado das Igrejas, que, ao contrário do que proferiam os seus apoiantes, não tinha como único objectivo e/ou motivação, a laicização estatal. O seu conteúdo e aplicação assumiram uma forma violenta e despropositada contra as instituições da Igreja Católica.


A referida lei propunha claramente uma tentativa de laicização da vida pública, em nome da satisfação das aspirações liberais e democráticas, que o regime Republicano incorporava e representava.


O Estado republicano, apesar dos seus ímpetos laicizadores, assemelhou-se a um Estado confessional pois tal como neste, preocupou-se com o comportamento dos seus súbditos e, com esse objectivo, controlou os actos externos, as opiniões, os escritos, impedindo todas as manifestações de divergência e perseguindo os dissidentes.


A separação das Igrejas do Estado, que constitui um avanço civilizacional fundamental, não implica a proibição do reconhecimento do papel público das religiões nem impede várias formas de colaboração entre o Estado e as Igrejas.


A maioria das disposições estabelecidas na referida lei eram particularmente humilhantes para a Igreja Católica. A lei de separação de 1911- por muitos considerada a pedra angular do novo regime - fora precedida de várias outras leis que claramente testemunhavam da política anti-clerical da I República.


Para Afonso Costa, inspirado por Clemenceu, a ideia de dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César, só poderia ser levado a cabo, se a César pertencesse tudo.

2 comentários:

Dita disse...

PS: Adoro o ultimo paragrafo, ficou mesmo bem, só alguem com mt sensibilidade e inteligencia poderia dar tal sugestão textual!!! hehehe
Até 2010 (100 anos da república) ainda temos mt a escrever e a confrarizar!

Dita disse...

Que optimo texto de boas vindas, ainda bem que o publicas-te como já te tinha dito está optimo, e claro que vai ser bem avaliado. Cumprimentos conservadores e sê bem vinda!!!