segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Mulheres da I Republica


Neste centenário tem sido um tema muito falado e conferenciado, "mulheres da I Republica", espero que não se esqueçam de dizer a verdade. Pois foi durante a I Republica que as mulheres perderam o direito de voto, que tinham conseguido na monarquia constitucional e só voltaram a reaver esse mesmo direito com o salazarismo.
As mulheres da IR foram as que ficaram sem os maridos, os pais, os irmãos, quando Afonso Costa decidiu que tínhamos interesse em participar numa das piores guerras, a I Guerra Mundial.
Muitos nós sabemos que foram as mulheres as mais associativas nas questões que contradizem a ideologia da IR.
O mais feminino da IR é o nome e o símbolo, que mesmo assim pouco nos favorece.
PS: Sou republicana e mulher.

olha quem manda aqui...


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

terça-feira, 21 de setembro de 2010

"Filhos sem mãe" por Gonçalo Portocarrero de Almada


Artigo chama-se "Filhos sem mãe" e só podia ser do Gonçalo Portocarrero de Almada. Vale a pena ler, é que vale mesmo.
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Uma segunda "mãe" não substitui o pai, como um segundo "pai" não supre a ausência materna
"Eu e o David estamos à espera de gémeos. Esperamos que a imprensa respeite a nossa privacidade" - eis a declaração pública de Neil Patrick Harris, protagonista da série televisiva How I met your mother e, segundo as mesmas fontes, "corajoso" "homossexual assumido". Tenho duas boas razões para me pronunciar sobre o caso: não só sou gémeo como, por ser trigémeo, fui com essas minhas duas irmãs notícia por esse motivo. Mas, esclareça-se, não por inconfidência familiar, pois os nossos pais teriam preferido manter a novidade no recato da família e dos amigos. Hoje seríamos notícia por mais uma razão: para além do insólito triplo nascimento, sem o truque da fertilização artificial, acresce a proeza de sermos filhos de um pai e de uma mãe, e não de dois homens ou de duas mulheres.É caricato, senão mesmo absurdo, o anúncio mediático de um acontecimento que se pretende privado: se o interessado não respeita a intimidade da sua vida, que não só "assume" como também exibe, com que direito exige reserva aos meios de comunicação social?! Ao revelar o facto à imprensa, este deixa logicamente de ser do âmbito da sua privacidade, pelo que não faz sentido pedir que se respeite como particular uma notícia que já o não é, precisamente porque foi pelo próprio posta na praça pública. Só tem direito à discrição quem não faz alarde das suas circunstâncias pessoais e familiares.Não deixa de ser curioso que o principal actor de How I met your mother espere, com outro homem, gémeos, porque, pelo menos na minha família, talvez excessivamente conservadora e tradicional, foram sempre as mães que ficaram à espera... Supõe-se que quem aguarda os filhos são os respectivos pais, biológicos ou adoptivos. Mas não duas pessoas do mesmo sexo, que não são evidentemente os progenitores, nem podem, por esse motivo, fazer as suas vezes. Por isso, é logicamente defensável e eticamente exigível a proibição legal da adopção por dois indivíduos do mesmo sexo. Pode-se ser pai, sem mãe, ou mãe, sem pai, mas dois homens ou duas mulheres, mesmo sendo óptimas pessoas, nunca poderão ser pai e mãe de ninguém. Quando muito dois "pais", ou duas "mães", mas não pai e mãe, que é o que se exige para o são desenvolvimento de um ser humano. Uma segunda "mãe" não substitui o pai, como um segundo "pai" não supre a ausência materna. Estes gémeos, não obstante os seus dois "pais", têm a desgraça de não serem, desculpe-se o termo, filhos da mãe.A que título serão então acolhidos, por Neil e pelo seu amigo David, estes gémeos? Tudo leva a crer que mais não são do que um complemento da sua sui generis união, infecunda por natureza, de que não são a continuação natural, mas um artificial apêndice. Obtido, talvez, através de uma "proletária", ou seja, uma mulher anónima cuja maternidade fica reduzida à procriação da "prole", que depois enjeita em benefício de terceiros.Neil Harris será muito valente ao "assumir" publicamente a sua tendência sexual, mas não o é quando se trata de arcar com uma consequência necessária a essa sua opção: a impossibilidade de geração. Pior: esquece que os "seus" gémeos não assumiram a infelicidade de serem órfãos de mãe viva, cuja identidade seguramente nunca conhecerão; que não escolheram o triste fado de nem sequer terem uma mãe adoptiva; que certamente nunca saberão qual dos seus dois "pais" foi o seu progenitor, pois, nesse caso, o outro "pai" deixaria de o ser; que provavelmente nunca poderão ter outros irmãos, filhos dos mesmos progenitores; e que nem sequer tiveram direito à privacidade porque, antes até de nascerem, houve quem fizesse questão de se gabar publicamente da proeza da aquisição dos irmãos em gestação.É de crer que as duas crianças sejam esperadas com amor, mas foram condenadas à infelicidade de nunca experimentarem a ternura de um colo materno. E, nos bastidores deste drama, é provável que haja uma mulher explorada, uma mãe silenciada, comprada, usada e, por fim, descartada. Esperemos que a Neil Patrick Harris não lhe falte a coragem, quando tiver que explicar aos gémeos "How I met your mother".

Gonçalo Portocarrero de Almada
Licenciado em Direito e doutorado em Filosofia. Vice-presidente da Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF)

Quem diria......


O balanço no fim do SEGUNDO dia da VISITA DO PAPA feita a Inglaterra, pelo Daily Telegraph: "Something unexpected is happening during the papal visit to this country: the British public is listening with curiosity and genuine respect to Pope Benedict XVI. Pope Benedict's critics have underestimated him. The worked themeselves into a state of indignation at the visit of a man about whom they knew only a few thinks and most of these turn out to be wrong. The present Pope is gentle, smiling intellectual who has evolved a sophisticated understanding of the relationship between faith and logic. that much was clear in his Westminster Hall address, in which he discyssed relegion's "corrective" role with regard to reason, and the "purifying" role of reason within faith"

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

"Society today needs clear voices which propose our right to live" Papa Bento XVI, em directo de Glasgow

Mudanças em casa


Estava a lembrar-me de M. Oakeshott um dos meus teóricos da politica contemporaneos preferidos, na sua literatura está muito presente a teoria da disposição conservadora do ser. O homem tem medo da mudança, por isso muitas das suas atitudes são conservadoras, conservadas por uma prova que não põe em causa a estabilidade da sua vida.
Devo dizer que esta teoria, à qual eu própria tenho muito respeito académico, foi-me corrompida quando a minha mãe fez a surpresa de renovar o meu quarto em quanto estava por terras africanas. Desta forma também decidi mudar a casa deste blog.
Como um caixote de madeira que navega PELO MAR ABERTO, ao lado de caixas de rum ou como uma jangada.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Uma História



Durante o Verão não costumo ver muita televisão, escrever no blog e ler noticias. Há uma imensidão de mar que tenho de aproveitar, e um livro sempre é mais prático levar para a Silveira. Acontece que esta noticia me passou ao lado, até que me enviaram a cronica de Ferreira Fernandes do Diário de Noticias:
"Josefa, 21 anos, a viver com a mãe. Estudante de Engenharia Biomédica, trabalhadora de supermercado em part-time e bombeira voluntária. Acumulava trabalhos e não cargos - e essa pode ser uma primeira explicação para a não conhecermos. Afinal, uma jovem daquelas que frequentamos nas revistas de consultório, arranja forma de chamar os holofotes. Se é futebolista, pinta o cabelo de cores impossíveis; se é cantora, mostra o futebolista com quem namora; e se quer ser mesmo importante, é mandatária de juventude. Não entra é na cabeça de uma jovem dispersar-se em ninharias acumuladas: um curso no Porto, caixeirinha em Santa Maria da Feira e bombeira de Verão. Daí não a conhecermos, à Josefa. Chegava-lhe, talvez, que um colega mais experiente dissesse dela: "Ela era das poucas pessoas com que um gajo sabia que podia contar nas piores alturas." Enfim, 15 minutos de fama só se ocorresse um azar... Aconteceu: anteontem, Josefa morreu em Monte Mêda, Gondomar, cercada das chamas dos outros que foi apagar de graça. A morte de uma jovem é sempre uma coisa tão enorme para os seus que, evidentemente, nem trato aqui. Interessa-me, na Josefa, relevar o que ela nos disse: que há miúdos de 21 anos que são estudantes e trabalhadores e bombeiros, sem nós sabermos. Como é possível, nos dias comuns e não de tragédia, não ouvirmos falar das "Josefas que são o sal da nossa terra?"

A noticia: AQUI

quarta-feira, 1 de setembro de 2010