quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Presidente da Republica: Balanço de uma campanha


Esta campanha eleitoral à presidência da Republica tem sido uma espécie de espectáculo maçador, comparado talvez com aquelas declamações de poesias contemporâneas.
Nós sabemos quem vai ganhar, só que os discursos, as ideias, as acções populares, podiam mas, não trazem nada de novo, mais do mesmo e mais do mesmo. Por isso acho incrível que se acusem os jovens de comodismo eleitoral.
Cavaco Silva o único candidato à direita que não representa a direita na sua totalidade, durante a campanha vem com um discurso a defender a família, que me deu imensa vontade de rir, em relação à constitucionalidade do casamento homossexual demonstrou uma incoerência e uma falta de carácter, pois prolongo uma lei que para além de verificar a sua inconstitucionalidade ele próprio discordava, ou seja fraqueza politica. Cooperou com o governo em relação à crise social, a não ter feito uma verdadeira oposição de ideias, demonstrou ser um presidente fraquinho e previsível nas respostas ao jornalistas: "não comento"! O caso das escutas foi uma vergonha nada a seu favor.
Quando a direita apresentou os seus candidatos, onde estava o Bagão Fellix?
Manuel Alegre, candidato dos partidos da extrema esquerda o BE e do Partido Socialista, o que me faz pensar que o candidato Alegre deve ter uma versatilidade politica fantástica, por isso mesmo o seus discursos não são profundos para não atacar verdadeiramente o governo que lhe apoia e para não se distancia do extremismo bloquista, incoerente, fraquinho e anacrónico.
O candidato do Partido Comunista, Francisco Lopes tem um discurso patriota e ouso dizer tipo salazarista, pelo bem da nação, proteccionismo ao seu extremo, ortodoxo e muito, mesmo muito anacrónico.
Depois temos Fernando Nobre, um homem que se diz um alturista, mas fazia muito mais se não se tivesse metido na politica, ter resguardado o seu trabalho e a imparcialidade da AMI valia, não se consegue olhar para Fernando Nobre sem ver o Mário Soares.
Defensor Moura, um cidadão com certa actividade politica no PS, com boa vontade e pouca força e pouco perfil de Presidente, sem apoios financeiros.
Por fim, last but not the least, o madeirense, José Manuel Coelho, digamos é o único que está a fazer uma campanha com propaganda de tal forma que podia dizer que nem as empresas de assessoria politica tinha feito melhor, e acreditem pela forma como as pessoas estão revoltadas com esta situação do país, com estes candidatos, este senhor ainda vai ganhar muitos votos, e esses votos tem uma leitura de um comportamento politico de longe serem pelo candidato.
A burocracia domina o mundo dizia Weber, com razão, novamente eu e um grande grupo de conterrâneos açorianos estudantes no continente voltamos a não votar.
Mas quero que saibam que apesar do meu voto nulo não aparecer nas sondagens, que a minha abstenção seja vista como um comportamento politico de quem está farta desta elite.

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