sábado, 3 de abril de 2010

Sexta-feira Santa

Tenho sede!

Deus tem sede.

No meio deste mundo que Ele fez, desta criação que d’Ele recebeu tudo o que tem de existência e de que Ele constitui o fim e a razão de ser, Ele passeia o olhar e constata, não numa consideração geral e filosófica, mas na impressão mais dolorosa da necessidade, mais imediata e mais urgente, que nada tem para Si.

Criou o mundo e o mundo recusa-lhe uma gota de água.

Um pouco de água, a única coisa gratuita no mundo, que ninguém recusaria a um animal ferido, a um cão doente!

E a humanidade incrédula ou impotente recusa-a ao seu Autor, ao seu Salvador.

In Paul Claudel, O Poeta e a Cruz

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