quinta-feira, 30 de junho de 2011

Medo, muito medo


Delete. Governo Sócrates apagou informação dos computadores

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Na semana que antecedeu a tomada de posse do novo governo, entre 13 e 17 de Junho, os funcionários dos gabinetes dos ministérios das Finanças e da Economia ficaram sem informação nos computadores com que trabalhavam, os emails profissionais deixaram de ter histórico ou lista de contactos e os discos rígidos foram limpos. "Foi como começar de novo, apesar de já trabalhar aqui há anos e de ir continuar a trabalhar aqui", disse ao i um funcionário de um gabinete do Ministério das Finanças. A ordem, tendo em conta testemunhos ouvidos pelo i, era a de não deixar qualquer informação nos computadores profissionais. "Um dia apareceu um técnico, perguntou-me se tinha guardado a informação de que precisava e fez uma limpeza total ao disco rígido, até instalou novamente o sistema operativo", explicou.

Uma mulher forte na politica portuguesa

Teresa Morais, 52 anos, é uma das mulheres mais fortes na politica portuguesa, fala com clareza e sobretudo com conhecimento, inteligente e recta, é a nova secretária do Estado para a Igualdade, teve um papel muito activo na questão do casamento de pessoas do mesmo sexo, foi talvez a pessoa na Assembleia da Republica que corajosamente falou melhor.
Agora espero que se entenda o que realmente é a igualdade!

Muita gente da minha terra vai ter que trabalhar


O Trabalho é em grande parte aquilo que nos define, p. ex. quando nos apresentamos, dizemos "olá eu sou fulano tal e trabalho em tal lugar" nunca dizemos em primeiro lugar que gostamos de comer ovos estrelados ou que o azul é a nossa cor preferida, falamos do nosso trabalho porque faz parte da nossa essência.
Criar uma sociedade subsidiada para não trabalhar foi dos maiores erros da politica portuguesa, porque é alimentar vícios, não estimular o desenvolvimento das pessoas e retirar a dignidade de poder trabalhar, sem o trabalho a pessoa não é completa, não se torna útil.
Desta forma, é com muita alegria que vejo estas noticias do novo governo:

60 anos: gosto quando as histórias de Amor são longa, eternas

Porque hoje é mesmo dia de festa

No dia de São Pedro, parabéns a outro sacerdote: de 9 não tarda a 60 anos!
Pe. Hugo Santos Capelão da Universidade Católica de Lisboa, deixou o curso de medicina para cuidar somente das almas, hà 9 anos. Eu como aluna da universidade agradeço-lhe a coragem e muito!

Tu es Petrus

É impressionante como Deus escolheu o Apostolo mais humano, mais improvável para conduzir a sua Igreja: “tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha igreja”. A Graça de Deus transforma!

Porque hoje é dia 29 de Junho de 2011


Dia da festa solene de São Pedro e São Paulo, um dia que é especial só por si, mas neste ano o Santo Padre festejou os seus 60 anos de ordenação, aquele que foi, como ele diz, o dia mais feliz da sua vida. Realmente temos muito que agradecer e rezar pelo nosso Papa. Foi ordenado no dia de São Pedro, e agora é o nosso Pedro, apesar de tudo, as lutas na Igreja contemporânea não são muito diferentes das lutas dos primeiros cristão, mas ficamos descansados porque as portas do inferno não prevalecerão contra Ela.
Também é um dia que me faz lembrar que devemos rezar por todos os sacerdotes, para que tenham um grande amor à Eucaristia, para que sejam homens santos.


segunda-feira, 27 de junho de 2011

Uma questão de Amor

Este é um tratado sobre a batina, apesar do texto ser longo (para post de blog) vale a pena ler, é esclarecedor, expõe todos os argumentos consegue responder tanto a observações dos leigos como do próprio clero, até mesmo as mais maliciosas.
Isto não é somente uma questão de tradição é sobretudo uma questão de Amor, e não há nada mais bonito que a correspondência fiel ao Amor.
Mesmo que não seja preciso dos argumentos na defesa da batina, vale a pena ler nesta semana que o Santo Padre irá celebrar os 60 anos de ordenação, ajuda a rezar pelos pastores e lembra-nos o que realmente faz falta são os Sacerdotes Santos.
O texto é do Padre Leonardo Peixoto e está escrito em português do Brasil (desculpem). chama-se "O Hábito não faz o Monge.... o santifica".
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Certamente alguns dos que lêem este texto agora, irão lembrar-se de sua infância. Um grupo de crianças brinca na rua, sem perigo de violência ou preocupação com maldades. Canções de roda, ou de pular corda enchem o ar do bairro de uma alegria pura, inocente. Lá ao longe se avista aquele distinto senhor. Todos o identificam rápida e facilmente: um chapéu preto e redondo, nas mãos um breviário; vestindo sua batina preta e surrada; talvez cerzida em alguns pontos e até desbotada. Todos já sabem: “aí vem o ‘seu’vigário!” A ele as crianças acorrem para pedir uma bênção e ganhar um ‘santinho’ ou um doce, sem risco de pedofilia.
Este sacerdote segue seu caminho e, certamente, o encontraremos visitando uma família, ou confortando um enfermo pela Extrema Unção, ou, quem sabe, na sua Paróquia de joelhos na nave central da Igreja, diante do Sacrário, ou ainda, dentro de um confessionário.

Onde estão estes padres hoje?

Sl 76(77)

–8 Será que Deus vai rejeitar-nos para sempre? *

E nunca mais nos há de dar o seu favor?

–9 Por acaso, seu amor foi esgotado? *

Sua promessa, afinal, terá falhado?

–10 Será que Deus se esqueceu de ter piedade? *

Será que a ira lhe fechou o coração?

–11 Eu confesso que é esta a minha dor: *

‘A mão de Deus não é a mesma: está mudada!’

“A mão de Deus não é a mesma: está mudada!” Está mudada porque aqueles que deveriam ser as mãos, os pés, os lábios, os braços de Nosso Senhor na terra, os padres, estão mudados.

Há quem diga esta famigerada frase: “O hábito não faz o monge”. Esta frase é profundamente tola, pois se trata de uma falácia! Certa vez, conversando com algumas daquelas pessoas que acham que o padre é um homem comum e que, por isso, deve se vestir como um homem comum para ‘dialogar’ com o mundo moderno, ouvi este absurdo: “A batina não é o mais importante, mas o sacerdócio que o padre recebeu. Ele vai ser mais padre ou menos padre por estar de batina?” Então eu respondi: “Mas é claro que não! O sacerdócio é muito maior que uma simples veste. E a Igreja NUNCA afirmou coisa em contrário. Mas, agora, permita-me fazer duas perguntas: a faca é um utensílio tão necessário em nosso dia-a-dia; utilizada para picar, descascar e cortar. Mas ela também é capaz de tirar uma vida. Você a deixaria de usar definitivamente por causa disso? Você deixaria de dirigir o seu carro, mesmo sabendo que ele, um dia, pode atropelar e matar alguém, ou, num acidente, matar a você mesmo?” Obviamente que a resposta foi “Não”. É claro que sabemos que a batina não é o fundamento da nossa fé, esperança e caridade; A batina não é o centro da vida da Igreja; Eu não vou ser mais padre por estar de batina. Tudo isso já sabemos. Contudo nada disso justifica o desuso da mesma. Da mesma forma que tenho que ter a consciência de utilizar uma faca ou dirigir o meu automóvel com sabedoria e prudência, devo saber utilizar a batina com a mesma sabedoria, prudência e, sobretudo, humildade. Não adianta ser um “cavalo de batina”!

A batina nos impõe um COMPROMISSO solene e terrível. Quando estou revestido do sagrado hábito devo agir com prudência. Devo medir minhas palavras e gestos. Não devo me sentar de qualquer forma. Não devo andar de qualquer forma. Não devo subir ou descer escadas de qualquer forma. Estando de batina devemos pensar muito sobre nossas atitudes e palavras! Não posso me esquecer que todos os olhos estarão voltados para mim. Devo ser um exemplo no agir, no falar, enfim, em tudo. Usando o sagrado hábito não posso me esquecer de que carrego comigo a responsabilidade de toda uma instituição, e não apenas de uma pessoa física! Tudo o que o padre faz, já dizem logo que é a Igreja que faz! Por isso não se deve usar a batina de qualquer forma. Aliás, este é o motivo pelo qual muitos padres hoje não querem usá-la. Sob uma FALSA modéstia dizem: “não uso para não chamar atenção”. Isso é uma desculpa esfarrapada! A VERDADE é que não querem usá-la (e nem ao menos o Clergyman) para não serem identificados e, portanto, não serem incomodados. SEMPRE que estou de batina na rua aparece alguém pedindo uma bênção, ou para tirar uma dúvida ou até para desabafar! Já ouvi inclusive uma confissão (literalmente auricular) na Linha 1 do Metrô! Mas, é claro, que é muito mais cômodo estar no meio da rua e não ser identificado. Conheci sacerdotes que me chamaram atenção porque eu os chamei de “padre” no meio da rua! Fui imediatamente repreendido (e não foi em nome de Jesus): “Por favor, na rua me chame pelo meu nome”. A questão é que revestido do Clergyman ou Batina ‘fica mal’ ele parar num bar e tomar uma cerveja; ‘fica mal’ ele fumar quase um maço de cigarro; ‘fica mal’ ele não controlar os seus olhares apetitosos para uma bela moça (ou, quem sabe, um rapaz) na rua. Há até padres que, movidos pela Passione, deixam de celebrar a Santa Missa e mandam um Ministro Extraordinário fazer uma celebração em seu lugar…

Certa vez, fazendo uma meditação, me perguntei por que a batina incomoda tanta gente. E logo – ironicamente – me veio uma antiga musiquinha à mente; claro que com as devidas adaptações não-pastorais:

“Um elefante incomoda muita gente.

Uma batina incomoda, incomoda, incomoda muito mais!”

Não sou um psicólogo, contudo minha meditação me fez chegar à seguinte conclusão: creio que exista aqui uma questão de CONSCIÊNCIA. Por isso a batina incomoda tanto.

  • Alguns não a usam porque tem consciência de que não possuem nem a força espiritual e nem a volitivaquer seja imanente ou emanente de se portarem como o hábito exigiria. Só de pensar, isso já causa neles certa repulsa.
  • Outros têm consciência de sua falta de disciplina e de ascese. Parece-me que quase não há mais hoje em dia a pré-disposição a “oferecer sacrifícios de amor a Nosso Senhor” como outrora faziam os santos. Hoje todos buscam o mais cômodo o mais confortável: é a busca incessante pelo bem-estar!

“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram.”

(Mt 7, 13-14)

  • Há aqueles sacerdotes que NÃO USAM o hábito, mas adoram comentar e criticar os que usam; estes senhores, bem no fundo de suas almas, sentem o incômodo da consciência, porque sabem que a presença daquele hábito é para eles uma constante lembrança de suas infidelidades e que deveriam viver a sua consagração com mais dedicação.

Mas a batina não atinge apenas a consciência dos ministros ordenados, mas igualmente a dos leigos. Vejamos alguns exemplos:

  • Um sacerdote que passa de batina nas ruas faz aquele que está afastado da Igreja há algum tempo lembrar que ele precisa se reconciliar com Deus; Às vezes a pessoa está em seus afazeres diários e nem está pensando em Deus; mas ao ver aquele padre passar, DUVIDO que dentro de sua cabeça e de seu coração a vozinha da consciência não diga “já faz tempo que você não vai à Igreja” ou “você tem tanto tempo pra tudo… precisa de um tempo para Deus também”.
  • Até mesmo os ateus ou os hereges sentem a consciência arder quando um sacerdote passa de batina. Nem que seja para dar-lhe um olhar de desdém ou cantarolar uma música pentecostal (que não é, em absoluto, para louvar a Deus, mas, antes, para ‘provocar’ o padre). Se eles REALMENTE não ligassem e não se importassem, ficariam em silêncio e ignorariam o sacerdote. Se fazem algum gesto, por menor que seja, é porque algo dentro deles diz: “você está errado e precisa de conversão!”

O irônico da história toda é que os que julgam ser o hábito eclesiástico somente uma exterioridade são, na sua maioria, pessoas superficiais. Se perguntarmos a eles qual é o significado do hábito talar, por certo não saberão dizê-lo. Pelo contrário vão logo dizer: “isso é coisa do passado” ou ainda “isso não se usa mais”. São Ignorantes da LEI de sua própria Igreja (Código de Direito Canônico) que diz:

Cân. 284 - Os clérigos usem hábito eclesiástico conveniente, de acordo com as normas dadas pelas conferências dos Bispos e com os legítimos costumes locais.

Nota de rodapé do cânone 284: Após entendimentos laboriosos com a Santa Sé, ficou determinado que os clérigos usem, no Brasil, um traje eclesiástico digno e simples, de preferência o “clergyman” (camisa clerical) ou “batina”.

A batina é um sinal de consagração a Deus. Sua cor negra é sinal de luto. O padre morreu para o mundo, porque tudo o que é mundano não lhe atrai mais. Ela é ornada de 33 botões na frente, representando a idade de Nosso Senhor. São 5 botões nas mangas, representando as 5 chagas de Nosso Senhor. Também possui 2 presilhas laterais que simbolizam a humanidade e a divindade de Nosso Senhor. O padre a usa com uma faixa na cintura, símbolo da castidade e do celibato. Algumas possuem mais 7 botões na parte superior do braço, simbolizando os 7 sacramentos, com os quais o padre conforta os fiéis.

A batina é, também, um santo remédio contra a vaidade. Enquanto um homem comum precisa gastar tempo em frente ao seu guarda-roupas ou a um espelho verificando se este paletó combina com aquela camisa ou se a cor da gravata está adequada, o padre veste sua batina e pronto. Nem precisa perguntar “o que eu vou vestir hoje?”. Sua roupa é uma só! Por isso ela também é símbolo de fidelidade e constância. Nos batizados, o padre usa a batina. Se for um casamento: batina! Se for um aniversário: batina! E se for um funeral? Batina! Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença… é sempre a mesma coisa. E não podia ser diferente, uma vez que o padre é o representante de Nosso Senhor Jesus Cristo que é o mesmo: ONTEM, HOJE e SEMPRE!

Aprendi em filosofia que expressamos no exterior o que há no interior. Aliás, essa idéia foi expressa por Nosso Senhor: “a boca fala do que o coração está cheio” (Mt 12,34). Talvez esteja aí a resposta para o desleixo e o desmazelo que há hoje na Igreja e no clero. Perdoe-me, caro leitor, se “pego pesado” demais. Mas penso que se a Igreja tivesse mantido a rígida disciplina do passado, metade do nosso atual clero não seriam padres hoje. Jesus conta uma parábola no Evangelho de São Lucas sobre um administrador INFIEL, que, ao ser descoberto, está prestes a perder seu emprego:

“O administrador refletiu então consigo: Que farei, visto que meu patrão me tira o emprego? Lavrar a terra? Não o posso. Mendigar? Tenho vergonha.” (Lc 16,3)

Tenho a impressão de que muitos sacerdotes vivem hoje do mesmo modo que esse administrador infiel. Como não se sentem capacitados para realizar outra atividade, por isso, se servem da Igreja. Vão “empurrando com a barriga” o seu ministério. Em nome de uma “simplicidade” cometem as maiores atrocidades: Missas celebradas de qualquer maneira; desrespeito às coisas sagradas; paramentos terrivelmente feios ou sujos; igrejas que mais parecem caixotes e não expressam piedade, etc. Parece que nem sequer acreditamos mais naquilo que fazemos. Hoje, por exemplo, eu estava de batina caminhando pelas ruas do centro da cidade. Passei por um seminarista e ele me cumprimentou: “E aí, padre? Beleza?”. A menos de cinqüenta metros à frente, um mendigo que estava sentado à porta de uma loja também me saudou: “a bença seu padre…”.

(...)

Termino dizendo uma frase que há muito eu disse num sermão: Não tenho medo dos lobos que vêm em pele de cordeiros… tenho medo daqueles que vêm em pele de pastores!

“Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos” (2Cor 4,8)

Pe. Leonardo Holtz Peixoto

Porque na 4f o Papa celebra 60 anos de Sacerdócio. É para rezar mais e melhor pelo Santo Padre:

Oremus pro Pontifice nostro Benedicto,
Dominus conservet eum et vivificet eum et
beatum faciat eum in terra
et non tradat eum in animam inimicorum eius.

Eu defino o temor mais ou menos assim:

Terror de Te amar num sítio tão frágil como o mundo

Mal de Te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa.
(...)

Sophia Mello de Breyner, Terror de Te amar

Ainda sobre os Dragões

O artigo com o mesmo no do filme: Encontrarás Dragões, é de autoria do Padre Gonçalo Portocarrero de Almada, está fantástico (como de costume) e resume o aquilo que são os nossos dragões, à margem do filme e da vida do Padre Santo, S. Josémaria de Balaguer.
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Quando comunicaram a Charles de Foucauld a necessidade de abater o seu cavalo predilecto, o oficial do exército francês exigiu que ao animal fossem prestadas honras fúnebres. Dito e feito. Colocaram o cadáver da besta na fossa correspondente, o enlutado cavaleiro fez a sua apologia, enalteceu as excelentes qualidades equinas e rematou o discurso com uma conclusão escatológica e profética: -Tenho a certeza de que, tendo sido um tão bom cavalo aqui na terra, não poderás deixar de ir para o céu! E é isso, precisamente, o que mais me entristece porque, assim, de certeza que não te voltarei a ver!
A história não confirmou a profecia, não só porque não consta que o cavalo tenha sido recebido no reino dos Céus, mas também porque o Visconde de Foucauld, ao contrário do que o seu mundano passado lhe tinha levado a vaticinar, veio a ser não apenas um exímio fiel cristão, mas também fundador de uma benemérita ordem religiosa, falecido com fama de santidade e, eventualmente, mártir.
Mas não é sobre o Beato Charles de Foucauld que trata o filme «Encontrarás dragões», ainda em exibição em várias salas do nosso país, muito embora a acção que serve de argumento seja também de natureza bélica. Com efeito, o realizador de «A Missão» e de «Killing fields», ao recriar, com engenho e arte, a vida de Josemaria Escrivá, centrou-a no conturbado período da guerra civil espanhola, que o fundador do Opus Dei viveu com especial intensidade, quer quando sofreu, na sua própria carne, as agruras da cruenta perseguição contra a Igreja, quer quando, depois de não poucas vicissitudes, logrou passar para a outra zona. No entanto, a questão política e militar é secundária no guião, centrado nos percursos divergentes do padre católico e de um seu impenitente amigo e ex-colega, em que a recusa inicial da lógica cristã do amor e do perdão se resolve in extremis.
Se é verdade que os pecadores incomodam, os santos incomodam muito mais. As fraquezas evidentes dos nossos semelhantes talvez nos mereçam reparo, mas o vê-las favorece a nossa auto-estima, enquanto a heroicidade das virtudes dos bem-aventurados não só nos envergonha, como denuncia a nossa fé débil, tantas vezes dúbia e vacilante. Há quem tenha tentado superar este doloroso confronto da nossa costumeira tibieza e da exaltada heroicidade dos bem-aventurados, elevando-os a uma outra condição, como se tivessem nascido já predestinados para uma tão excelsa missão que nunca experimentassem as fraquezas de que é capaz o coração humano. Mas não, também os santos, talvez até mais do que o comum dos mortais, sofreram no seu corpo e no espírito todos os combates a que deve fazer frente a natureza humana para corresponder à vocação para a perfeição da caridade, que é o amor. Os santos não foram os que não tiveram que lutar, por terem nascido confirmados no bem, mas os que, mesmo tendo encontrado dragões, interiores e exteriores, os souberam vencer com a ajuda de Deus, estimulada pelo seu constante começar e recomeçar.
É provável que «Encontrarás dragões» não satisfaça alguns devotos de São Josemaria, que acharão que o filme, que não faz a apologia do Opus Dei, apresenta o seu fundador numa desarmante naturalidade e, por isso, aquém da aura mística em que às vezes sonhamos as exemplares vidas dos santos. Como ele próprio referia, via-se apenas e tão só como um pecador que ama Jesus Cristo. Apesar de se sentir «capaz de todos os erros e horrores», como dizia, não desistia do ideal da santidade, não como auto-aperfeiçoamento complacente, mas como resposta ao amor de Deus e da Igreja, que serviu apaixonadamente. E os que o seguem, não seguem a ele, mas a Cristo, como muitos anos antes, as pegadas na neve de um descalço religioso, puseram o jovem Josemaria não no encalço do penitente frade, mas do seu divino Mestre.
É possível também que este filme não agrade aos fiéis seguidores do «príncipe deste mundo». O mundo é complacente com uma Igreja que não censure a sua mundanidade, mas não com os santos que, à imagem e semelhança de Cristo, o venceram. «Daqui resulta», segundo G. K. Chesterton, «o paradoxo da história: cada geração é convertida pelo santo que mais em desacordo com ela está!».

domingo, 26 de junho de 2011

Passos Coelho já anda a largar charme

Porque hoje é dia 26 de Junho (II)

São Josemaría Escrivá procurou despertar esta urgência de santidade em todos os homens. O facto de que a sua canonização tenha tido lugar nos alvores do novo século, é particularmente significativo. A sua mensagem ressoa com especial força nos momentos actuais: «Viemos dizer, com a humildade de quem se sabe pecador e pouca coisa – homo peccator sum(Lc 5, 8), dizemos com Pedro –, mas com a fé de quem se deixa guiar pela mão de Deus, que a santidade não é coisa para privilegiados: o Senhor chama a todos, de todos espera Amor: de todos, estejam onde estiverem; de todos, seja qual for o seu estado, a sua profissão ou ofício. Porque essa vida corrente, quotidiana, sem brilho, pode ser meio de santidade: não é preciso abandonar o estado que cada um tem no mundo, para procurar a Deus, se o Senhor não dá a uma alma a vocação religiosa, visto que todos os caminhos da terra podem ser ocasião de um encontro com Cristo» (Carta 24-III-1930, n. 2).

Porque hoje é dia 26 de Junho

É assim que se ganham as grandes honras: as da terra e as do Céu. (Forja, 1045)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A esquerda ainda é um bloco?

Ainda sobre a nova presidente da Assembleia da Republica

Eu gostava de poder ficar contente com esta eleição feminina, mas se a senhora presidente, Assunção Esteves no seu discurso diz-nos que tinha uma "alegria cristã", o seu jubilo não é meu, pois, apesar de ser a primeira mulher como presidente da AR, não posso ter alguma alegria, muito menos "alegria cristã" de ter alguém à frente de um órgão tão fundamental para a democracia como a AR, que se assume a favor deste crime que é o aborto. Não é bom para de democracia , muito menos para a liberdade.

Porque o que nós precisamos são homens corajosos, Santos na Política

A man for all seasons, um clássico do cinema.

Porque hoje é dia 22 de Junho, dia de São Thomas More:

A vida de São Thomas More é inspiradora, deixo aqui alguns apontamentos bibliográficos e ou curiosidades, mas vale a pena ler mais sobre a vida do autor da Utopia.
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  • Pela sentença o réu era condenado "a ser suspenso pelo pescoço" e cair em terra ainda vivo. Depois seria esquartejado e decapitado. Em atenção à importância do condenado o rei, "por clemência", reduziu a pena a "simples decapitação". Ao tomar conhecimento disto, Tomás comentou: "Não permita Deus que o rei tenha semelhantes clemências com os meus amigos." No momento da execução suplicou aos presentes que orassem pelo monarca e disse que "morria como bom servidor do rei, mas de Deus primeiro."
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  • De Morus teria dito Erasmo: "É um homem que vive com esmero a verdadeira piedade, sem a menor ponta de superstição. Tem horas fixas em que dirige a Deus suas orações, não com frases feitas, mas nascidas do mais profundo do coração. Quando conversa com os amigos sobre a vida futura, vê-se que fala com sinceridade e com as melhores esperanças. E assim é More também na Corte. Isto, para os que pensam que só há cristãos nos mosteiros."
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  • "O seu profundo desdém pelas honras e riquezas, a humildade serena e jovial, o sensato conhecimento da natureza humana e da futilidade do sucesso, a segurança de juízo radicada na conferiram-lhe aquela confiança e fortaleza interiorque o sustentou nas adversidades e frente à morte. A sua santidade refulgiu no martírio, mas foi preparada por uma vidainteira de trabalho, ao serviço de Deus e do próximo."
- (João Paulo II, (31.10.2000) ao proclamá-lo patrono dos governantes).

Uma reportagem a ver:

Este é um dos, muitos, trabalhos, normalmente silenciosos, da Santa Igreja: AQUI.
Apesar do trabalho ser por e para Deus é bom reconhecer como estes homens de habito se entregam.

Pelo que percebi a maior parte das pessoas só está contente com a nova presidente da Assembleia da Republica sobretudo pelo seu género

Isso é preconceito. Como mulher acho completamente anacrónico elogiar o sexo e não o mérito. Se calhar é porque eu nunca tenha posto em causa que as mulheres têm competências e capacidades para serem Presidentes da AR e muito mais.

Lembram-se quando a Grécia era um Império???



Quem disse que ser Padre não dá estilo? (III)

domingo, 19 de junho de 2011

Porque os Deolinda estão a tocar ao pé da minha casa e eu estou na minha sala a estudar:

É bom ter amigos assim

Foi com esta mensagem que eu acordei hoje, recebida às 08:53:
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Toca a levantar que hoje é o dia do Senhor e eu tive de madrugar!!!!!!!! Santíssima Trindade faz anos hoje, ofereçam-lhe uma prendinha especial e que Ele goste!!!!! E já agora não podem faltar à festa que vai decorrer a varias horas do dia, por todo o país numa paroquia perto de si!

sábado, 18 de junho de 2011

Porque os INXS vêm a Angra do Heroísmo

Coisinhas boas do novo governo:

Paulo Macedo

Uma leitura política

Do Blog Blasfémias, escrito por João Miranda:

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Tradução de algumas críticas ao novo governo

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  • O Ministro das Finanças é um desconhecido –> O Ministro das Finanças não faz parte do grupo de keyneasianos que vai à televisão
  • O Ministro X é uma 2ª ou 3ª escolha –> Os jornais não conseguiram acertar na composição do governo
  • É um ministro sem peso político –> O cavaquismo morreu
  • É um governo inexperiente –> É um governo que nunca faliu um país
  • O ministro da economia nunca pagou um salário –> O país precisa de empresários como Vieira da Silva no governo
  • A Ministra da Agricultura é formada em direito –> Se não percebe de agronomia, como é que vai perceber os procedimentos para a distribuição de subsídios europeus?
  • O ministro da Saúde não é médico –> Quem é que agora vai receitar os antibióticos?
  • É um governo de tecnocratas –> Temo que saibam fazer contas
  • O ministro é um teórico –> Acho que não se formou na Independente, e consta que percebe a lei da oferta e da procura

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Começa hoje


Há 4 anos que eu não estava na minha Ilha Terceira durante as festas da cidade, as Sanjoaninas. Festas estas que eram vividas com as maiores das intensidades juvenis, agora sinto-me como uma emigrante so que em vez de vir dos Satates às festas da sua terra, veio do continente, matar saudades.

Como gastar o dinheiro da União Europeia

Vou dar uma pequena lição ao Governo Regional dos Açores sobre como gastar o dinheiro dos subsídios da União Europeia (desculpem a arrogância, mas esta dica é das básicas):
Hoje chegou a minha casa, deixado no correio, 3 manuais acerca do tabaco, sobre como deixar de fumar, acontece que na minha casa ninguém fuma! Se na minha casa chegou 3 livros presume que nas outras casas da minha rua, e da minha cidade, e da minha ilha, também tenha chegado pelo menos mais que um livro.
Conclusão: se nos queremos atingir um objectivo temos que atingir o alvo desse objectivo, aqui se o objectivo era deixar-se de fumar foi em vão, mas se o objectivo é incentivar a cidadania com o exercício de pôr mais papel a reciclar então foi conseguido. Fazer um livrinho daqueles ainda deve ter o seu custo, principalmente em tempo de vacas magras.

Quem disse que ser Padre não dá estilo? (II)

Esta é a verdadeira troika que manda nisto tudo:

Ao ponto que nós chegamos ou ao ponto que nós voltamos

Por favor, expliquem-me a dignidade de um suicídio assistido, gravado para a BBC? É esta a dignidade da eutanásia? Para quando a casa do Big Brother com este tema? Isto é extremamente perigoso.
Por fim, podem-me explicar quando é que a vida deixa de ser menos humana e quando podemos começar a mandar para o matador? Há critérios mas esses são do tempo do III Reich, mas começou assim o favor da eutanásia aos mais velhos e limitados e depois aos deficientes, acabou nos Judeus, homossexuais, ciganos e polacos.

Dragões dentro de nós


O artigo chama-se: Uma questão de dragões - de autoria do economista, professor João César das Neves. Vale a pena ler, é sobre conspirações e dragões.
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Nunca mandes saber por quem os sinos dobram; eles dobram por ti." Ernest Hemingway colocou a sua descrição de 1940 da guerra de Espanha debaixo deste verso do poeta seiscentista John Donne. Roland Joffé, numa abordagem ao mesmo tema, fala agora "daquele lugar, dentro de nós, onde encontrarás dragões".
Os horrores da perseguição republicana à Igreja e subsequente guerra civil nos anos 1930 são ambiente apropriado para testar valores em condições extremas. O filme There be Dragons (Encontrarás Dragões, 2011) fá-lo através de dois amigos de infância que seguem caminhos opostos. Na abominação, destaca-se a firme aposta de um deles numa linha de amor, compreensão e misericórdia, até pelo intolerável. O filme brilha pelo retrato de S. Josemaría Escrivá e da sua insólita decisão de seguir a pessoa de Cristo num clima tão adverso. E pelos frutos que daí saem: "Quando perdoamos libertamos sempre alguém: nós próprios."
O belíssimo e profundo enredo valeria por si, com qualquer protagonista. Mas deve sublinhar-se a coragem do autor/realizador em escolher este em particular. O Opus Dei está bem estabelecida no imaginário contemporâneo, mas como encarnação extrema do clericalismo mais sinistro. Joffé não entra em apologéticas. Limita-se a retratar-lhe as origens, dando pistas preciosas para a compreensão da sua natureza. Esta "obra de Deus" nasceu no calvário.
A questão religiosa da nossa Primeira República foi fenómeno paralelo, muito menos cruel. Esse é o tema de O Sol Bailou ao Meio-Dia. A Criação de Fátima, de Luís Filipe Torgal (Tinta da China, 2011), versão revista de uma tese já editada em 2002. O volume trata a história dos primórdios do culto em Fátima e das polémicas que o rodearam. Apesar de hostil, é objectivo, rigoroso e fundamentado e traça um quadro sério e sólido dessa realidade.
O livro pretende demonstrar duas teses que não consegue. Primeiro que "a exposição dos ditos acontecimentos, ocorridos entre Maio e Outubro de 1917, foi desde então sucessivamente reformulada pelos inquiridores e pelos cronistas católicos. (...) A nova e mais elaborada história de Fátima que hoje conhecemos (...) foi, por conseguinte, construída a posteriori pelos historiógrafos católicos e sustentada pela hierarquia da Igreja" (p. 20-21). Leitura atenta do texto, aliás fundamentado em documentos publicados em cuidadosa edição crítica do Santuário, não permite vislumbrar tal manipulação.
A segunda tese é que "foi a Igreja (e/ou certos sectores a ela ligados) que impôs Fátima" (p.20), aproveitando-a para os seus propósitos. Segundo o autor, a Igreja "evoluiu de uma atitude de expectativa prudente (entre Julho e Setembro de 1917), para uma postura de promoção comedida (desde Outubro de 1917) e, mais tarde (sobretudo a partir de 1922), para a apologia evidente das aparições" (p. 21). Seria razoável esperar outra coisa? Era lógica ou até possível a "absoluta imparcialidade" (p. 95) que o livro parece preferir? Não foi aquela evolução que o cardeal Cerejeira retratou ao dizer "foi Fátima que se impôs à Igreja"?
Apesar disso e alguns erros pontuais, o livro fornece um relato rigoroso e informativo. O que mais ressalta é a fragilidade dos argumentos dos críticos de Fátima. Os anticlericais, sem o menor interesse pelos factos, limitam-se a opor-se por razões ideológicas: o que quer que aconteça, aparições e milagres são impossíveis. O mais divertido é chamarem a si mesmos "livre-pensadores".
Outro aspecto curioso que o livro manifesta é o desprezo que os intelectuais têm pelo povo, em geral, e as mulheres em particular. Afirmando-se democratas e liberais, acusam sempre as massas populares de boçais e supersticiosas, simplesmente por não seguirem os seus dogmas positivistas que têm de ser verdadeiros.
Em 2003 o americano Dan Brown quis envolver a Opus Dei, protagonista do filme de Joffé, numa história tonta de superstição, crime e morte n'O Código da Vinci. Há mais de 90 anos que muitos pretenderam fazer o mesmo com Fátima. É sem dúvida uma questão de dragões interiores.