sexta-feira, 5 de março de 2010

É impressão minha...





...ou o presidente da CONFAP está completamente desfasado da realidade? A crer no que foi noticiado, hoje, pelo DN, SIM!

A Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) enviou uma proposta ao Ministério da Educação visando um combate mais eficaz à violência escolar. O Sr. Albino Almeida, presidente da confederação, afirmou: "se um aluno vandaliza o carro de um professor, ou leva uma arma para a escola e magoa alguém, não deve ser a escola a suportar esses danos patrimoniais ou físicos." (acredito que esta situação é prevista)

Continua "A escola tem de notificar a situação ao Ministério Público, tem de haver inquérito, e depois de haver uma sentença judicial, o juiz deve responsabilizar a família, retendo, por exemplo, durante um período de tempo, parte do rendimento social de inserção dessa família, sem, obviamente, pôr em causa a sua sobrevivência."


Fiquei com a ligeira impressão de que este senhor parte do pressuposto que apenas os alunos com carências económicas e sociais desenvolvem um comportamento agressivo. Como se não bastasse o grande contributo que deu para o aumento do preconceito e da discriminação em relação a estes indivíduos, acrescenta que, as famílias das crianças com este tipo de comportamento devem ser sancionadas, retirando-lhes, por exemplo, o rendimento social de inserção.

A violência é transversal a qualquer situação económica e/ou social. Ainda assim nos casos em que esta acontece com indivíduos que são à partida condicionados economica e socialmente, não ocorrerá a estes senhores que a situação possa ser agravada, com sanções deste tipo? Considero que deve existir uma punição adequada e firme destes actos e não penso que as dificuldades económicas e sociais sejam por si só suficientes, quer para justificar estes comportamentos, quer para os provocar.

O problema é bem mais complexo e bem mais profundo.




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