terça-feira, 11 de setembro de 2007

Humanidade Obesa

O Homem está num aglomerado de coisas. Tudo é coisa ao seu redor, tudo é coisa em sua posse. O consumo é um vício que nos leva à obesidade!
Estamos entretidos no sofá ou na poltrona ou mesmo no carro, desligados do consciente, consumindo comida, informação de todas as espécies, energia, enfim, absorvendo tudo. Adoecendo, engordando, esperando ansiosamente a obesidade, a integração social. O problema não é só a obesidade física, o problema é a obesidade geral! A humanidade está obesa! Não há valor pela comida, estimação pelas coisas que o envolve, não só a nível material mas em tudo! Os valores da amizade e da família, hoje tudo é consumido com desprezo, sem significado próprio! Aqueles que não têm ambos o poder da sensibilidade e familiaridade são os obesos! São aqueles que tudo têm de forma “meaningless”. Todos se queixam que as crianças têm tudo, como se a culpa fosse delas! Os adultos também têm tudo. Há de tudo para todos os bolsos. Somos todos mimados! É a nossa amada crise de valores!
O Homem está demasiado envolvido para captar a essência da vida e a sua beleza!
Já é tudo ordinário, comum, consumido. Aqui estou, tal como o Andy Warol esteve, para dizer que o ordinário também pode ser arte. E, paradoxalmente, o ordinário pode ser extraordinário. O ver com os olhos, sentir as coisas na sua pura forma. Isto agora dirigindo-me aqueles das terras de bruma que tanto tem para sentir, que não precisam da razão para serem felizes, porque a felicidade está à porta de casa, está no verde, na humidade, nas hortênsias, nos animais, na realidade aparente. Essa sim é uma realidade pronta a ser consumida pelos nossos sentidos e no entanto, continua a ser desvalorizada. Deixem-se invadir pela poesia portuguesa, pelos vossos sentidos! Já Fernando Pessoa dizia que o inglês era uma língua material, boa para os negócios e universal, mas o Português é aquela língua poética, capaz de traduzir todos os sentimentos, é a língua do Quinto Império! E, portanto, entra aqui, mais uma vez, a história da crise de valores, não só reflexo de um conflito interior mas de uma sociedade. Portugal, há que ver o valor latente em nós!
Deixem-se de novelas, de obesidade e de tudo o que é desnecessário e entreguem-se à beleza que é o nosso país, a nossa vida, aqueles que nos rodeiam. Procurem o caminho do essencial!

3 comentários:

Anónimo disse...

=) amei açores, tas cada vez mais afinada!

Anónimo disse...

Comentário a humanidade obesa
Warhol foi bem lembrado e F. Pessoa também. E como está bem descrita a vivência sentida do verde das Ilhas!
Boa Milhafre!

Dita disse...

wei home, á lugar mais bonito em que se é mais feliz do que nos açores???!!! Aqui ninguem é "obeso"!!!Ai tal disparate!!!!