Vital Moreira classificou as declarações de Paulo Rangel como sendo absurdas. Isto pelo facto de o deputado social democrata afirmar a importância da discussão dos temas nacionais à luz da realidade europeia. De acordo com o académico de Coimbra devemos apenas focar-nos nos assuntos europeus. Actualmente falar de políticas nacionais poderá até parecer ridículo, tendo em conta o poder de decisão que cabe ao estado-membro de uma instituição como a União Europeia. Ainda assim, não devemos esquecer e minimizar, a relação causa-efeito entre as decisões europeias e a realidade nacional. A questão é: a grande maioria dos portugueses não está consciente desta "impotência" nacional face às orientações europeias. Aquilo que os portugueses conhecem é a dura realidade que enfrentam e, bem ou mal, será esta que influenciará a decisão daqueles que no dia 7 de Junho pretenderem manifestar a sua posição. Assim sendo a discussão dos temas nacionais e o seu enquadramento no contexto europeu parece-me bastante pertinente e urgente e um bom ínicio para que os portugueses se mobilizem e se interessem mais por este acto eleitoral. Porque, infelizmente, a Europa não é tão consensual como se quis fazer acreditar. É preciso mobilizar, agitar, interessar e esclarecer os eleitores e nada será tão eficaz como mostrar-lhes que o Parlamento Europeu não serve apenas para exilar concorrência interna e vozes dissonantes.
5 comentários:
foi a certeza que ela (união Europeia) não é consensual que levou os governos da direita europeia a impingir aos povos um tratado de Lisboa. Os que ainda tiveram oportunidade para votar disseram bem o que pensavam! mas a democracia, esta democracia, só serve se a vontade do povo for de acordo com a vontade de quem manda. e, em caso de necessidade, repetem-se os referendos tantas vezes quanto as precisas até que a população diga o que os governos querem ouvir. Acentua-se a desilusão e consequente alienação.. típico do neo-liberalismo. típico do ps, psd e cds. também há para aí uma «esquerda» tecnocrata e «pró» europeia (a favor desta europa, não de uma europa social) mas isso é outra conversa!
Concordo quando afirma que nos foi impingido um Tratado Europeu e por isso referi que esta Europa não era assim tão consensual. Para uma discussão mais profunda e de cariz ideológico é condição sine qua non (isto é outro trocadilho) o combate à alienação e à desilusão que referiu.Para tal é essencial a renovação (qualitativa)daqueles que já nada têm a oferecer, que possuem uma imagem ligada ao passado que não se afigura de boa memória e que, queiramos ou não, contribuiu para a descrença na actividade política. Devemos varrer o lixo, de uma vez por todas, mas não para debaixo do tapete. Um debate aceso e dinâmico sobre as questões nacionais e europeias poderá ser um início para a mobilização nacional, seja esta à direita ou à esquerda. Se isso acontecer todos beneficiaremos.
a renovação que fala é essencial, sim! mas não basta - e permita um slogan a lembrar os velhos tempos - mudar as moscas. os partidos do centro e direita em portugal e na europa (na realidade tenho alguma dificuldade em encontrar uma definição de centro)não oferecem nada de novo - como lhe chama - porque não lhes interessa a novidade. a europa esta a ser construída segundo os parâmetros do grande capital e do patronato monopolista e, para tal, estes últimos servem-se das estruturas (com natalidade) democratica, encarregando-se de lá colocar os seus lacaios que bem sabem defender a classe de quem lhes paga. nao vejo grande diferença em saber se vai para la a maioria psd ou ps, vital ou ou não vital... tanto um grupo parlamentar como outro defenderam a proposta de bruxelas para alteração do horário de trabalho,m ampliando-o (à medida do tal patronato, até às sessenta horas semanais). alterações - esta e muitas outras onde podemos ver que a única diferença, na realidade, vai do laranja ao rosa - que não foram adiante devido à imensa contestação social que se verificou. no entanto, ja vieram dizer que vão esperar ate as eleiçoes. logo depois, voltam a carga, legitimados pelos tais votos e eleiçoes que dizem democraticas. gostava de saber, que trabalhador (a classe operária é maioritaria, como é facilmente constatavel) votara ps ou psd em consciência, depois de propostas destas. Ora, aproveitando as instituições democraticas - ou apenas com pressuposto democrático, visto que rapidamente perdem o conteúdo - o capitalismo desinforma, aliena, e caça votos não consoante o seu programa (o tal das sessenta horas) mas através da propaganda mentirosa, folclórica e falaciosa. O cenário compõe-se com umas ofertas apropriadas ao momento - rosas, caixas de costura ou até electrodomésticos (desculpe a referencia directa à sua terra). e pronto. somos todos democraticos e vivemos em democracia. eu fico com a flor, o sr deputado com o meu voto (in) consciente. agora decida la por mim... perdão, pelo sr que lhe forneceu as rosas que comprassem o meu voto.
:) saudações. e um beijo na testa:)
A discussão não se deve centrar em torno de sistemas e partidos, embora sejam estes a face do problema. Partidos e sistemas são compostos por pessoas..e patrocinados também. Devemos apostar na educação para que tenhamos pessoas melhores. É nisto em que acredito.
mas a educação (ou a falta dela)sempre foi, e sempre será, a face estruturante de todos os sistemas! nós bem vemos que cientistas económicos e politicos saem hoje das nossas universidades! todos, todinhos (claro que há excepções, aí sim, consoante o seu estofo humanista) defensores deste sistema e destas politicas... não diferimos muito do irão. a pequena diferença é que lá «aprendem» o corão e a revolução iraniana... mudam as definições do que aprender. mantém-se a utilidade que os diversos regimes neo.liberais/fascistas retiram deles! concordo consigo quando diz que deve apostar na educação. mas, honestamente, espero que não seja do mesmo tom dos governos dos ultimos 30 anos. todos falam da educação como sua paixão... e até acredito.. temos uma cidadania muito bem educadinha... não tuge, nem muge...
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