"(...) A pergunta «Quem deve governar?» é formulada de um modo claramente incorrecto, e as respostas que suscita são autoritárias. (E também paradoxais.)
Proponho que em seu lugar, a questão seja formulada de um modo completamente distinto e com muito mais humildade. Algo como: «Que podemos nós fazer para estabelecermos as nossas instituições politicas de tal sorte que os governantes maus ou incapazes (que naturalmente procuramos evitar mas que apesar de tudo podem surgir) causem o mínimo possível de danos?»
Creio que sem esta mudança na formulação do problema, jamais poderemos esperar chegar a uma teoria racional do Estado e respectivas instituições.
A democracia, a meu ver, só pode ser justificada teoricamente como resposta a esta pergunta formulada em termos muito mais humildes. A resposta é: a democracia permite libertarmo-nos, sem derramamento de sangue, de governantes maus, incapazes ou tirânicos. (...)"
Proponho que em seu lugar, a questão seja formulada de um modo completamente distinto e com muito mais humildade. Algo como: «Que podemos nós fazer para estabelecermos as nossas instituições politicas de tal sorte que os governantes maus ou incapazes (que naturalmente procuramos evitar mas que apesar de tudo podem surgir) causem o mínimo possível de danos?»
Creio que sem esta mudança na formulação do problema, jamais poderemos esperar chegar a uma teoria racional do Estado e respectivas instituições.
A democracia, a meu ver, só pode ser justificada teoricamente como resposta a esta pergunta formulada em termos muito mais humildes. A resposta é: a democracia permite libertarmo-nos, sem derramamento de sangue, de governantes maus, incapazes ou tirânicos. (...)"
in, "Sobre as chamadas fontes do conhecimento", Conferencia proferida na Universidade Salzburg em 27.07.1979, por ocasião do grau de Doctor honoris causa.
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